Era uma vez sete irmãos que faziam anos todos no mesmo dia. Um deles era o mais velho. (Pode parar-se este momento hipnótico em qualquer altura) Era mais velho um ano que o outro, mais velho dois anos que o outro, mais velho três anos que o outro, mais velho quatro anos que o outro, mas velho cinco anos que o outro e mais velho seis anos que o outro. O outro era o segundo mais velho. Era mais novo um ano que o outro, mais velho um ano que o outro, mais velho dois anos que o outro, mais velho três anos que o outro, mais velho quatro anos que o outro e mais velho cinco anos que o outro. O outro era o terceiro mais velho. Era mais novo dois anos do que o outro, mais novo um ano do que o outro, mais velho um ano do que o outro, mais velho dois anos do que o outro, mais velho três anos do que o outro e mais velho quatro anos do que o outro. O outro era o quarto mais velho. Era mais novo três anos que o outro, mais novo dois anos que o outro, mais novo um ano que o outro, mais velho um ano que o outro, mais velho dois anos que o outro e mais velho três anos que o outro. O outro era o quinto mais velho. Era quatro anos mais novo que o outro. Era três anos mais novo que o outro. Era dois anos mais novo que o outro. Era um ano mais novo que o outro. Era um ano mais velho que o outro. Era dois anos mais velho que o outro. O outro era o sexto mais velho. Era cinco anos mais novo que o outro. Era quatro anos mais novo que o outro. Era quatro anos mais novo que o outro. Era três anos mais novo que o outro. Era dois anos mais novo que o outro. Era um ano mais novo do que o outro. Era um ano mais velho do que o outro.
O outro era o sétimo mais velho. Era seis anos mais novo que o outro. Era cinco anos mais novo que o outro. Era quatro anos mais novo que o outro. Era três anos mais novo que o outro. Era dois anos mais novo que o outro. Era um ano mais novo do que o outro. A este chamavam também de o mais novo.
No dia do aniversário deles, a mãe cozinhava sempre um bolo. O mais velho começou por ter um bolo só para ele, mas os outros tiveram que dividir. Para o primeiro foi 1. Para o primeiro e para o segundo foi ½ para cada um. Para o primeiro, segundo e terceiro foram ⅓ para cada um. Para o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto, foi ¼ para cada um. Para o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto, foi ⅕ para cada um. Para o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto e o sexto, foi ⅙ para cada um. Para o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, o sexto e o sétimo foi 1/7 para cada um.
A mãe que era um bocado distraída, não se lembrava de fazer os bolos maiores proporcionalmente e então aqueles meninos todos cresceram com medo que o bolo não chegasse para eles no dia do seu aniversário.
Quando o mais velho ia fazer 18 anos. Quando o segundo mais velho ia fazer 17 anos. Quando o terceiro mais velho ia fazer 16 anos. Quando o quarto mais velho ia fazer 15 anos. Quando o quinto mais velho ia fazer 14 anos. Quando o sexto mais velho ia fazer 13 anos. Quando o sétimo mais velho ia fazer 12 anos, receberam a visita de uma tia distante que por ter encontrado na biblioteca da zona onde morava, trovas do Bandarra, decidiu voltar a Portugal. Ela professora de matemática que reparou nas quantidades da farinha, da manteiga, dos ovos, do açucar, do fermento e do chocolate que a mãe dos meninos ia utilizar:
25 gr. de chocolate partido em pedaços
25 gr. de manteiga sem sal
1 ovo
15 gr. de açúcar
5 gr. de farinha
1 pitada de fermento em pó.
e disse-lhe:
- Só cinco gramas de farinha para tantas pessoas?
- Sim. Não vês que é só um bolo de aniversário?
- Isso é verdade, mas é para muitos meninos.
- Olha. Nunca tinha pensado nisso.
E assim, a tia ajudou a mãe dos meninos a fazer um bolo muitas vezes maior. Quantas vezes? Sete vezes maior pois eles eram sete. Juntou os ingredientes todos
175 gr. de chocolate partido em pedaços
175 gr. de manteiga sem sal
7 ovos
105 gr. de açúcar
35 gr. de farinha
7 pitadas de fermento em pós
e fez um bolo bem maior do que eles estavam à espera.
Levou o bolo para a mesa num prato de vidro da Marinha Grande e acendeu as velas para cantarem os parabéns. E que desastre aconteceu? Os meninos, habituados a lutar por um bocado de bolo, desfizeram-nos em partes caidas no chão, sem se aperceberem que havia bolo de sobra para toda a gente.
E assim ficou toda a gente a chorar pelo bolo perdido.
Moral da história para gente grande: é mais fácil educar para a escassez do que para a abundância.