- E para que queres saber isso?
- Já viste, um dia que eu saiba isto direitinho, o ar e o açucar que eu posso ter?
Depois de muito investigar, percebi que estou num mundo em que ninguém controla nada e em que ninguém manda em ninguém. Estou cá eu para mandar. Estou cá eu para mandar em força.
Hoje descobri que me posso multiplicar. Ainda não o fiz porque passam a toda a hora controladores da multiplicação. Vou esperar a ver para ver se passam menos.
Há vários dias que não passam os controladores e decidi multiplicar-me uma vez. Já somos dois e ninguém reparou em nós. O ar e o açucar continuam a chegar.
Ás vezes penso se estou errado, se não devia fugir às regras desta forma, mas é do que sou feito. Eu sou feito de uma vontade de me multiplicar fora dos limites, de crescer, de mandar.
Eu sou a ânsia de ar e de açucar. Eu sou a ânsia da ânsia. Mais ânsia, mais ar, mais açucar.
Isto começa a ficar grande. Vais ser preciso arranjar forma de mais comunicação
Hoje multiplicamo-nos bastante. Já somos dezasseis. O ar e o açucar deu para todos.
Nota- precisamos de construir mais comunicações. O negócio está a crescer
Comunicamos a todo o organismo que temos conhecimento da maior importância e que não o tornaremos disponível se não nos derem
- Tenho que ser rápido a multiplicar-me para tomar conta disto que aqui não há quem mande.
- Chefe. Temos uma mensagem do fígado. Estão a entrar em colapso.
- Esses estúpidos, eles assim não vêem que nós também morremos? E depois, quem é que toma conta disto?
Só tenho um intuito:
multiplicar-me.
Multiplico-me sem pudor
Lanço garras para toda a parte
O poder escorre até mim
Partilho tudo com os meus irmãos.
Mandar, aqui onde ninguém manda
Mais ar, quero mais ar.
Confisquem todo o açucar do Reino.
Sou eu quem vos vai redimir
Abram estradas, abram alas
Tudo vem até mim.
- Sr. Francisco o que lhe tenho a dizer é grave...
- … não precisa de dizer mais nada.