Na Junqueira vejo Portugal
Sua riqueza foi esquecida
Tudo se tornou banal
É agora morte o que já foi vida
O povo perdeu a força
As ruas já só têm máquinas
Haverá alguém que ouça
O som das sagradas páginas?
Está em todas as casas
Mais ou menos bem à mão
Porém queima como brasas
A divina solução
Por todo o lado há erro
Uns dela fogem, outros a aprisionam
E começa a ouvir-se o berro
Para para aqueles que despertam
Acordem queridos irmãos meus
Para as promessas de Jesus
Já deixamos de ser réus
Sejamos, pois, sal e luz
A jogar sempre à defesa
Só estamos a empatar
Se quiseres uma vida ilesa
Morres no mesmo lugar
Tudo isto é passageiro
Passa tudo num instante
Não queiras ser o primeiro
Nem o que é mais importante
Oh povo meu
Que realizaste tanto
Vai da matéria ao espírito
Abre-te a um maior espanto
Comer e vestir, muito sobra
Como Ele prometeu
Estás a evitar a prova
Mas que medo é que te deu?
Pecadores, todos de certeza
Orgulho, inveja e comida
Haverá muita surpresa
Escrita no livro da vida
Mas Seu sangue derramou
Para pagar toda essa conta
E assim ficamos livres
Nossa alma ficou pronta
Porque me criou assim?
Porque tenho estes talentos?
Que sonhos tem para mim?
Queremos ser seus instrumentos?
Assim pensamos tu e eu
E quase na brincadeira
Explica-me o que foi que se deu
Que aconteceu com a Junqueira?
Talvez não seja a pergunta melhor
Talvez não dê muito jeito
Poderá causar muita dor
E haver quem leve a peito
Creio, será menos duro
Aceitar a ignorância
E olhar para o futuro
Sem viver de arrogância
Tanto tesouro encerra
Nem sei como começar
Esta nossa bela terra
Quanto fruto tem para dar
Ao longe os bombos ressoam
Crianças e jovens na estrada
Com cânticos novos entoam
A alegre alvorada
É esta a nossa bandeira
O amor universal
Resgatando a Junqueira
Resgatamos Portugal!