Este trabalho é um exemplo do que me interessa quando me dedico à arte. Estou particularmente dedicado a explorar a minha capacidade de decisão a minha capacidade de escolha. Quando parto para um trabalho, não sei o que vou fazer. Tinha esta tinta vermelha de um outro trabalho e tenho estes postais que mandei fazer na tipografia aqui da terra com as dimensões de acordo com a “regra de ouro”. Fico contente pela minha evolução neste campo pois quando olho para este postal consigo perceber várias decisões diferentes (movimentos, ferramentas) bem como o sentimento de que soube parar na altura certa.
Este é um óptimo exercício de presença. Não é só uma questão de colorir e trabalhar com cores, que já é muito bom para a procura da tranquilidade, mas sim, também, o exercício da escolha. Interessante chegar à conclusão que escolha e presença são a mesma coisa. Simplesmente colorir dá-nos a oportunidade de nos evadirmos mas fazer um desenho deste tipo, implica que estejamos sempre lá e a perceber atentamente o que nos diz o nosso corpo. Pôr mais? Parar? Mudar o movimento? Usar a parte de trás do pincel? Dar pancadas com o pincel? Pôr a mão?
O meu grau de desenvolvimento no desenho é muito inicial mas é um bom fiel do meu desenvolvimento pessoal, da minha capacidade de escolher, no fundo. Qualquer um pode desenhar, pintar. Qualquer um pode chegar a resultados únicos, expressão de uma pessoa única, num processo único e irrepetível.
Tens pelo menos um lápis em casa? 🙂