Tenho as ideias paradas
De tanto que correram em mim
Vou pondo-as retratadas
Para que sirvam um fim
É Pessoa quem me diz
Esquece o lápis na mão
Mesmo que o mal saia, diz
“Peço-vos, senhores, o Perdão”
Minhas senhoras dizei
Que entendeis por baixo ventre
O amor eis que realizei
É, afinal, uma coisa decente
Trazes flores numa mão
Noutra trazes um carinho
Beijas-me, chamas-me irmão
És verdejante como o Minho
Oh querida Primavera
Trazes os filhos no ventre
O que outrora fora sonho
Hoje é o nosso presente
Quero deixar-te a simpatia
De louvar-te o teu andar
A presente maresia
Sebastião vai apresentar