A maratona da escrita.
Escrever até não poder mais.
Arrumar todas as ideias
Em folhas de papel
Prende-las em cadeados de tinta,
Percebê-las, tirar-lhes a pinta
Sentir-lhes o gosto
Comer-lhe o fel
Como quem faz meia,
de forma grotesca e feia
Começo a tecer-te uma teia.
Eu escrevo, quem quiser que leia
É disto que tenho a alma cheia
Amanhã tiro os sapatos
Do armário o pó dos fatos
Pego na caçadeira
Vou ao tiro aos patos
Piso e esborracho inocentes ratos
Todos os que não foram apanhados por gatos
Por se terem escondido na segurança dos matos
Chegamos a casa
Chegamos a casa
E na mesa pusemos os pratos
Utilizamos os nossos olfatos
Em todos os sentidos e também nos latos.
E pronto!
Evitamos o confronto
Não lutamos durante o dia.
Ultrapassamos a fobia
Que nos leva a fugir
Daqueles que estão por vir
E que quase sempre chegam a rir
Deviam ser atropelados por um camião tir.
De nenhum deles tenho pena.
Deviam saber que esta não era a sua cena.
Que a sua é bastante mais amena
Outro dia, enquanto comia uma lima.
“Estou farta de fazer rima”
Mas não sei a minha sina
Muito menos a da Lina.
Talvez seja a hora de acabar
Tenho que ir fazer o jantar
A hora já está mesmo a dar
Amanhã voltamos a falar