Hoje.
De ontem não me lembro bem.
Tenho a vaga ideia de que voava por entre nuvens
Que era um vulcão em permanente erupção
Jorrando para fora de mim com tal força
Pergunto-me se o vulcão tem dores na consciência por o ser
Por deitar para fora tanta lava quente e ser tão efervescente
Hoje.
De ontem não me lembro.
De quem ontem fui.
Acordo assim sempre diferente.
Não esperes nada de mim
Eu sou o apontamento de mim.
Curva ascendente e descendente
De manifestações sou a tangente.
Hoje.
De ontem não me lembro.
Pedem-me para ser novamente.
- Novamente não posso.- returco.
Estou ligado a uma fonte inesgotável de criatividade
Que tudo muda, que muda tudo
E por isso fico a meio caminho de todas as coisas
E percorro o caminho todo do nada.