Não, ainda não te conhecço
mas vejo-te já, a afagar os cabelos
das minhas crianças
Serás bela, modesta e esperta
Ágil e leve andarás pelo meio da casa.
Fecha gaveta, abre panela.
A minha mãe por base, uma sofisticação
por cima.
Serás real, uma grande dama, camuflada
na furiosa multidão.
Teu toque será leve, como leves são as penas
que aparecem dentro dos edredons.
Acordar-me-ás de manhã com um sorriso de
ternura e plena disponibilidade para o meu despertar.
Andarás por aí, solta até eu te apertar a mão.
- Queres vir tomar um chá? - direi.
E a partir daí serei eu e tu serás tu

Até lá, meu querido amor!
Calmamente teu,
Tozé.


Junqueira, 9 de Maio de 2011